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A Traíra
por
Martin
Fisher - CEPEN
Hoplias
malabaricus
Uma
espécie que caça de emboscada. Prefere águas paradas (lênticas),
dando-se muito bem em lagos e açudes, mas está presente
nos rios com constância, situando-se
predominantemente nos remansos deste. Tem o corpo
cilíndrico e alongado, como um torpedo. Apresenta
cor discreta, podendo alterá-la um pouco, em função de fatores ambientais.
Algumas variedades geográficas apresentam olhos
lindamente verdes, outras vermelhos, outras
indistintos, etc.
Comportamento
reprodutivo
O
gênero Hoplias, apresenta uma reprodução parcelada, ou seja, faz
várias pequenas desovas na temporada reprodutiva. Para
tal, os "nubentes" procuram ou constroem em baixios, alguma
pequena depressão de uns 20 cm, onde a fêmea deposita seus ovos, enquanto
os macho os fertiliza, e fica cuidando por alguns poucos dias, até
que eclodam e se evadam espalhadamente para a vegetação. Durante
a ronda ao ninho, algum destemido
macho poderá até morder o pé, perna, mão, etc., de
alguém que pisar nas proximidades. Este
é um grupo de peixes, que pode
ter seus ovos transportados involuntariamente pelas aves aquáticas,
por eventualmente ficarem aderidos às penas,
patas e bico destas, o que
explicaria seu surgimento em açudes isolados onde não foram colocados.
Comportamento
alimentar
Pode
caçar o dia todo, mas prefere horários crepusculares, sobretudo ao anoitecer.
Quando uma possível presa se aproxima de sua área
de alcance, que geralmente á
inferior à um metro, a traíra ataca partindo de quase total imobilidade,
dando um bote fulminante, absolutamente explosivo. agarra
e mantém fortemente apertada e presa a sua vítima. Engole
inteiro, mas demorando muitos minutos neste processo, se sua vítima for grande.
Ela normalmente ataca presas que lhe cabem
longitudinalmente na boca, não
importando seu comprimento. Por
esta regra, uma traíra pode comer outra com a metade do seu tamanho, ou até
mais. Ela
regula sua bexiga natatória para pairar no meio da massa d'água,
mas geralmente fica em meio à vegetação aquática,
próxima á barrancos, ou quase encostadas sob galhos
submersos. Ao
anoitecer, costuma caçar movendo-se lentamente pelas margens e baixios,
à procura de pequenos peixes e anfíbios.
Esportividade
da sua pesca
A
graça e esportividade da sua pesca está na estratégia e habilidade do
pescador em capturar grandes
exemplares, e não na luta do peixe, pois
apesar de ser espécie muito forte, não é "lutadora" como uma
pandorga. Quando capturada com
anzol, pode ser solta sem grandes problemas, pois
possui boca muito forte. Quando
capturada com rede, morre
facilmente pois fica com os opérculos respiratórios apertados,
impedindo sua oxigenação.
Dicas
para pesca
No
grande interior brasileiro, é pescada com a tradicional linha de mão,
ou com uma vara grande. Exige um bom puxão
de fisgada, já que sua boca é
bastante dura para o anzol. Pode
ser utilizado um forte anzol de uns 5 a 7 cm de comprimento, e
de 2 a 3 cm de abertura, sempre acompanhado de empate metálico,
pois ela facilmente corta a linha.
A
isca para grandes exemplares, deve ser também grande. O
máximo que caiba na boca do peixe, pois
assim, desestimula-se a investida dos pequenos. (Traíras
geralmente não abocanham vítimas que não passam na sua boca).
O anzol deve ficar semi submerso, ou pouco
submerso, mas não repousado no fundo. Para
tal, pode ser auxiliado por bóia, ou utilizada isca artificial.
Arremessos devem percorrer lentamente margens,
vegetais, troncos submersos, etc., ou
mesmo ficarem à espera, quando com isca animal. Traíra,
tem médio olfato, excelente audição, e uma especial visão, inclusive
noturna. É uma caçadora visual
por excelência. Arremessos freqüentes
em um mesmo local, podem atrair esta espécie, mas
sons incomuns para o local, como vozes, e pisoteios nas proximidades,
poderão espantá-los. Traíras
condicionam-se muito bem aos tratamentos alimentares freqüentes de uma ceva.
Gastronomia
Especialíssima
para ser comida frita. Constituem-se
razão principal e alegria de muitas pescarias no sul e sudeste do Brasil.
Exemplares pequenos apresentam inconveniente de
muitos espinhos entremeados à carne. Embora
existam algumas técnicas para evitá-los, o
ideal é que se abatam apenas os grandes exemplares.
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